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Entrevista | Gilson Marques observa crescimento do Novo, vê má gestão de Lula e diz sonhar com Senado

Por: Marcos Schettini
21/03/2024 15:07
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Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Parlamentar discreto, com perfil técnico e moderado, Gilson Marques se reelegeu como deputado federal em 2022 e tem sido uma grande revelação do partido Novo no Congresso Nacional.

Crítico assíduo das condutas e da gestão do presidente Lula da Silva, o deputado tem se posicionado contra as ações do governo quando as considera um inchaço da máquina pública, sob o argumento de que a sociedade tem uma qualidade de vida melhor quando o Estado fica com menos encargos.

Com este estilo liberal, o congressista concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e deu um panorama do cenário nacional, defendendo o colega Marcel van Hattem, criticando veemente as atitudes do Supremo Tribunal Federal e afirmou que, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja preso, haverá uma grande revolta popular. Ainda, questionado sobre seu futuro político, diz que olha com atenção o Senado. Confira:


Marcos Schettini: O Sr. faz uma oposição mais madura ao governo Lula em relação ao seu companheiro de partido, Marcel van Hattem. Por quê?

Gilson Marques: Não concordo com essa afirmação. Não se trata de ser mais madura, são apenas estilos diferentes. Eu faço uma oposição mais técnica, enquanto o Marcel faz uma oposição mais política. Ambas se complementam e por isso o Novo faz uma oposição tão efetiva.


Schettini: Marcel van Hattem vai aos EUA, fala muito mal do Brasil, comunga com bolsonaristas, mas não defende as pautas do Novo. Ele está saindo?

Gilson Marques: Discordo dessa análise novamente. Marcel defende os princípios do Novo diariamente aqui na Câmara. Também não concordo que ele esteja falando mal do Brasil. Muito pelo contrário. Estamos vendo instituições rasgarem a Constituição, a Democracia e o Estado de Direito, sob pretexto de defendê-los. Não podemos rasgar os princípios que defendemos a depender de quem esteja sendo acusado. O Estado de Direito serve para petistas, bolsonaristas, liberais, conservadores, progressistas ou qualquer outra vertente política. Quem concorda com estado de exceção a depender da vítima está alimentando o monstro que irá devorá-lo.

Schettini: O Sr. aumentou o número de votos. O Novo está crescendo em SC?

Gilson Marques: Sem dúvidas. Mesmo na eleição de 2022, onde o Novo foi mal em termos nacionais, em Santa Catarina nós tivemos um crescimento de mais de 30%. Também somos o Estado com maior número de mandatários do partido e o maior número de filiados em termos proporcionais. Temos a gestão da maior cidade, Joinville, super bem avaliada pela população e, este ano, não cometeremos o erro de 2020, de lançar candidatos em apenas 6 cidades. O Novo tem tudo para crescer muito aqui.


Schettini: Sua liderança somada ao trabalho do deputado estadual Matheus Cadorin vai em qual direção?

Gilson Marques: Na direção da liberdade, sempre. O Novo nasceu para melhorar a vida das pessoas e a vida das pessoas só irá melhorar se tirarmos o Estado das nossas costas. Portanto, seguimos defendendo nossos princípios de livre mercado, fim dos privilégios, menos impostos, leis penais mais duras, mais segurança jurídica, em defesa da liberdade de expressão, etc.


Schettini: Adriano Silva isolou o PL em Joinville e busca a reeleição ao lado do PSD. Ele tem qual projeto político de futuro?

Gilson Marques: Isso só o Adriano pode responder, mas administrar a maior cidade de Santa Catarina e ter mais de 90% de aprovação da população é algo admirável e inédito. Com certeza ele está se cacifando para voos maiores, mas se isso irá se concretizar ou não, só o tempo dirá.


Schettini: Em quais cidades o Novo pode ter triunfo político?

Gilson Marques: Eu acredito que o Novo irá eleger ao menos um vereador na grande maioria das cidades em que disputar as eleições deste ano. Temos também a reeleição do Adriano em Joinville e do Arão em Ascurra que estão bem encaminhadas. Além disso, teremos várias candidaturas a prefeito com boas perspectivas de vitória: Tramontin em Blumenau, Ana Paula em Indaial, Marcio Elísio em Timbó, Lucas Gotardo em Balneário Camboriú, para citar apenas alguns.

Schettini: É correto afirmar que o PL pode naufragar com a prisão de Jair Bolsonaro?

Gilson Marques: O efeito de uma eventual prisão de Bolsonaro, ao meu ver arbitrária, vai incendiar o país e revoltar grande parte da população. Esse sentimento poderá ser canalizado num voto de protesto sem precedentes. Ao contrário do que muitos imaginam, isso irá fortalecer o PL. Infelizmente, muitos candidatos que nem de direita são, acabarão se beneficiando disso.


Schettini: Em que Lula da Silva está errado e certo?

Gilson Marques: Não vejo nada de certo no governo Lula. Está indo na direção oposta do que o Brasil precisa. Aumento de impostos ao invés de corte de gastos, inchaço da máquina ao invés de reforma administrativa, alinhamento com ditaduras e com grupos terroristas ao invés de defesa das democracias ocidentais, a tentativa de desconstruir o marco do saneamento, a taxação e burocratização dos serviços por aplicativos, uma gestão pífia na saúde, enfim, falta espaço para tantas coisas ruins. O único dado positivo está relacionado à taxa de juros que vem caindo. Porém, essa é mérito exclusivo de Roberto Campos Neto, que dirige um Banco Central independente, sendo alvo de críticas ferozes a todo momento por parte de Lula e asseclas.


Schettini: O STF é uma Casa guardiã da Constituição?

Gilson Marques: Deveria ser, mas, infelizmente, muitos de seus membros estão fazendo a população desacreditar nessa importante instituição. Deixaram de ser juízes para se tornarem políticos. Se auto proclamam salvadores da Democracia enquanto tomam ações ao arrepio da lei e que colocam a própria democracia em xeque.

Schettini: Qual seu projeto político?

Gilson Marques: Continuar difundindo as ideias de liberdade. O trabalho que eu faço, focado mais em combater os projetos ruins do que em aprovar mais leis e burocracias, como é praxe, é algo inédito no nosso Legislativo. Tenho vontade de fazer esse mesmo trabalho no Senado, mas isso só o futuro dirá.


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